A arte de tocar

Seja bem vindo amigo!!!

Aqui você encontrará pensamentos, informações e vídeos sobre a Música Clássica e Popular.
Confiram!!!!!

Partituras chorinhos

O que é o choro?


O Choro (um ritmo tão brasileiro) provavelmente originou-se da fusão de ritmos europeus, principalmente a polca, com ritmos afro-brasileiros, como o lundu, tendo como instrumentos o cavaquinho e o violão, de origem portuguesa.

O nome Choro pode ser derivado da palavra xolo, que era um tipo de baile que os escravos negros faziam no período colonial, ou talvez, pela maneira chorosa que os músicos amaciavam certos ritmos de sua época. No início, o Choro era apenas um grupo de instrumentistas que aos sábados e domingos se reuniam na casa de um deles para fazer música. O Choro foi inicialmente uma maneira de tocar.

Na década de 10 passou a ser uma forma musical definida. Como gênero musical tem normalmente 3 partes e obedece a forma rondó, e que sempre se retorna a primeira parte. O Choro tem características muito próprias, sendo que um autêntico, por exemplo, não tem marcação de surdo. Essa marcação era feita inicialmente pelos baixos dos violões e mais tarde pelo pandeiro.

O Choro destaca-se pela capacidade de improvisar, de um instrumento dialogar com outro ou mesmo desafiar o outro. Vários compositores se destacam, dentre eles: Jacob do Bandolim, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Waldir Azevedo e Pixinguinha

Texto por: Élida Borges Rodrigues

Pixinguinha, no coração do choro e do povo


Considerado um dos maiores gênios da música popular brasileira e mundial, Pixinguinha (
23/4/1898-17/2/1973) revolucionou a maneira de se fazer música no Brasil sob vários aspectos. Como compositor, arranjador e instrumentista, sua atuação foi decisiva nos rumos que a música brasileira tomou. O apelido "Pizindim" vem da infância, era como a avó africana o chamava, querendo dizer "menino bom".

O pai era flautista amador, e foi pela flauta que Pixinguinha começou sua ligação mais séria com a música, depois de ter aprendido um pouco de cavaquinho. Logo começou a tocar em orquestras, choperias, peças musicais e a participar de gravações ao lado dos irmãos Henrique e Otávio (China), que tocavam violão. Rapidamente criou fama como flautista graças aos improvisos e floreados que tirava do instrumento, que causavam grande impressão no público quando aliados à sua pouca idade.

Começou a compor os primeiro choros, polcas e valsas ainda na década de 10, formando seu próprio conjunto, o Grupo do Pixinguinha, que mais tarde se tornou o prestigiado Os Oito Batutas. Com os Batutas fez uma célebre excursão pela Europa no início dos anos 20, com o propósito de divulgar a música brasileira.Os conjuntos liderados por Pixinguinha tiveram grande importância na história da indústria fonográfica brasileira.

A Orquestra Típica Pixinguinha-Donga, que organizou em 1928 junto com o compositor e sambista Donga, participou de várias gravações para a Parlophon, numa época em que o sistema elétrico de gravação era uma grande novidade. Liderou também os Diabos do Céu, a Guarda Velha e a Orquestra Columbia de Pixinguinha.

Nos anos 30 e 40 gravou como flautista e saxofonista (em dueto com o flautista Benedito Lacerda) diversas peças que se tornaram a base do repertório de choro, para solista e acompanhamento. Algumas delas são "Segura Ele", "Ainda Me Recordo", "1 x 0", "Proezas de Solon", "Naquele Tempo", "Abraçando Jacaré", "Os Oito Batutas", "As Proezas do Nolasco", "Sofres Porque Queres", gravadas mais tarde por intérpretes de vários instrumentos.

Em 1940, indicado por Villa-Lobos, foi o responsável pela seleção dos músicos populares que participaram da célebre gravação para o maestro Leopold Stokowski, que divulgou a música brasileira nos Estados Unidos.

Como arranjador, atividade que começou a exercer na orquestra da gravadora Victor em 1929, incorporou elementos brasileiros a um meio bastante influenciado por técnicas estrangeiras, mudando a maneira de se fazer orquestração e arranjo.

Pixinguinha trocou de instrumento definitivamente pelo saxofone em 1946, o que, segundo alguns biógrafos, aconteceu porque teria perdido a embocadura para a flauta devido a problemas com bebida. Mesmo assim não parou de compor nem mesmo quando teve o primeiro enfarte, em 1964, que o obrigou a permanecer 20 dias no hospital. Daí surgiram músicas com títulos "de ocasião", como "Fala Baixinho" Mais Quinze Dias", "No Elevador", "Mais Três Dias", "Vou pra Casa".

Depois de sua morte, em 1973, uma série de homenagens em discos e shows foi produzida. A Prefeitura do Rio de Janeiro produziu também grandes eventos em 1988 e 1998, quando completaria 90 e 100 anos.

Algumas músicas de Pixinguinha ganharam letra antes ou depois de sua morte, sendo a mais famosa "Carinhoso", composta em 1917, gravada pela primeira vez em 1928, de forma instrumental, e cuja letra João de Barro escreveu em 1937, para gravação de Orlando Silva. Outras que ganharam letras foram "Rosa" (Otávio de Souza), "Lamento" (Vinicius de Moraes) e "Isso É Que É Viver" (Hermínio Bello de Carvalho).
Texto por: Antônio Marcos Ferreira Filho

Principais representantes do Choro
Além do Pichinguinha, vários outros compositores se destacam dentro do Choro, dentre eles: Jacob do Bandolim, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Waldir Azevedo Paulinho da Viola, Zequinha de Abreu e Ademilde Fonseca. 
Adoniran Barbosa
Considerado como um dos mais importantes compositores paulistas, Adoniran Barbosa, homem de limitada formação intelectual e de dificuldades financeiras em sua vida, conseguia como ninguém extrair da simplicidade dos fatos um emaranhado de significados que cativaram as pessoas da época. Antes de trabalhar como compositor, foi radioator e em seus programas no rádio interpretava diversos personagens. Em seus 40 anos de carreira gravou 03 Lp´s.

Chiquinha Gonzaga

Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu em 1847 e faleceu em 1935 na cidade do Rio de Janeiro. Cresceu em um bom ambiente tendo uma boa educação e uma sólida formação musical. Tornou-se a primeira mulher compositora brasileira e também a primeira pianista do choro. Ainda com destaque, consagrou-se a primeira mulher a dirigir uma orquestra, portanto a primeira maestrina brasileira. Em 1889, compôs uma marchinha de carnaval que até hoje é cantada pelos foliões em todo o país: Abre Alas. Chiquinha Gonzaga superou barreiras e quebrou tabus se tornando uma grande contribuidora para a formação do raciocinio musical brasileiro. Pioneira, se encheu de coragem para viver aquilo que gostava, mesmo que para tanto tivesse que superar enormes preconceitos.

Ernesto Nazareth
Nasceu no Rio de Janeiro e aprendeu a tocar piano com sua própria mãe. Se tornou um grande compositor de tangos brasileiros e deu seguimento aos rumos do choro no Brasil. Divulgava sua música vendendo partituras de suas músicas, indo tocá-las diretamente para o cliente. Músico de formação erudita, Nazareth trabalhou e criou fama como pianista da sala de espera do cinema Odeon, para o qual chegou até a compor uma belíssima música, que foi considerada uma de suas peças mais célebres e posteriormente, foi transcrita popularmente para o violão. Já no final de sua vida, foi atacado pela surdez. Nazareth foi um músico que soube trabalhar tanto no estilo erudito quanto no popular dando um toque, particularmente pessoal.

Zequinha de Abreu
José Gomes de Abreu nasceu em 1880, na cidade de Santa Rita do Passa Quatro, SP e faleceu em 1935, na capital paulista, com 54 anos de idade. Desde garoto já mostrava gosto pela música e apesar dos desejos dos pais de seguir outros rumos em sua vida, decidiu mesmo ser músico. Ainda muito ovem, com 17 anos, deu iníco a diversas atividades musicais que variavam desde saraus, a bailes, aniversários, casamentos. Sua música mais conhecida foi "Tico Tico no fubá". Quando sua música emplacou, assinou contrato com uma gravadora se comprometendo a compor uma nova música a cada mês, passando a ser talvez, o único compositor de sua época a trabalhar dessa forma. Durante sua vida deu aulas de piano, sobretudo para jovens de família e aproveitava seu tempo livre para vender partituras de suas músicas nas casas que frequentava.

Waldir Azevedo

Desde muito cedo, passou a tomar gosto pela música e logo foi trocando a flauta por um violão, mais tarde, o bandolin, a viola americana de quatro cordas, o banjo e enfim, o cavaquinho. Foi quando começou a improvisar algumas notas no cavaquinho, que possuia somente a corda ré, que nasceram os primeiros acordes de um dos chorinhos mais famosos de todos os tempos: brasileirinho. Gravou em 1949, seu primeiro disco em 78 rpm, formado por dois choros. De um lado "Carlotinha" e do outro "Brasileirinho". Brasileirinho até hoje ainda é tocado e lembrado pelas novas gerações.

Jacob do Bandolin
Principal referência brasileira no instrumento que virou parte de seu nome. Foi ele quem colocou o bandolin como instrumento solista por excelência. Foi um compositor que não dependeu exclusivamente da música e por conta disso, foi mais livre em suas composições e não sofreu com pressões de gravadoras. Com uma expressiva popularidade, Jacob, ajudou a divulgar o choro tradicional por meio de shows e Lp´s .

Ademilde Fonseca
Natural do Rio Grande do Norte, foi para o Rio de Janeiroem 1941, acompanhada do também marido músico. Obteve sucesso como uma grande intérprete de músicas como "tico tico no fubá" e outro clássico "brasileirinho". Sua fama como cantora de choros aumentou e Ademilde passou a ser procurada pelos compositores para gravar suas músicas. Participou de diversos concursos e festivais divulgando o choro em todo o lugar que cantava.

Altamiro Castilho
Uma lenda viva do chorinho brasileiro levando esse gênero ao conhecimento de várias pessoas em diversos países, tendo o seu enorme talento, fatalmente reconhecido por todo o lugar em que passou. Esse gênio da flauta transversa, gravou mais de 111 discos, compôs cerca de 200 músicas dos mais variados ritmos e estilos. Excursionou pela Europa, União Soviética, onde foi aplaudido de pé e considerado pela crítica como o melhor solista flautim do mundo, instrumento muito difícil de ser tocado. Atualmente, comemora 56 anos de carreira, 75 anos de vida e 125 da criação do chorinho.
Paulo César de Farias, o Paulinho da Viola, é um dos grandes nomes da música popular brasileira de todos os tempos.. Paulinho consegue ao mesmo tempo ser um excelente instrumentista, um compositor genial e um sensível poeta.
Paulinho da Viola é inovador e tradicional ao mesmo tempo. Seus sambas e choros trazem inovações melódicas e harmônicas, sempre desenvolvendo, modernizando e evitando que estes gêneros fiquem congelados no tempo. Paulinho numa atitude louvável, tem por costume gravar em seus discos músicas de nomes às vezes esquecidos do samba como Silas de Oliveira e Wilson Batista, assim como de novos compositores.
Sempre tomou iniciativas para resgatar o melhor da música brasileira, desde fundar um escola de samba não competitiva a hoje em dia promover shows de Choro em uma casa noturna do Rio de Janeiro.
Fonte : www.samba-choro.com.br

PARTITURAS:

Allegreto - Giuliani


Apanhei-te Cavaquinho - E. Nazareth




Assanhado - Jacob do Bandolim 


Assim mesmo - Luiz Americano


Atrevido - W. Azevedo


Bem-te-vi Atrevido - Lina Pesce

Brasileirinho - W. Azevedo
Caçula


Camundongo - W. Azevedo




Carioquinha - W. Azevedo

Cavaquinho Seresteiro - W. Azevedo

Chorando Baixinho - Abel Ferreira






Chorando Calado - W. Azevedo
Chorinho - João Batista Nobre



Cordas Romanticas - W. Azevedo



Delicado - W. Azevedo


Devagar, devagarinho - Martinha da Vila


Doce de coco- Jacob Bitencourt


Lamento - Pixinguinha


Ou vai ou racha - M. Gennare Filho



Tico-Tico no Fubá - Zequinha de Abreu


Vermelho





Logo mais , estarei colocando mais partituras, aguarde!!